Para se juntar, você pode ajudar com a compra coletiva das terras que formam os territórios de cada ecovila, através da compra de cotas das ecovilas da rede. Essas cotas são valorizadas na fundação de cada comunidade, viabilizando valorização do capital alocado, seja para investimento ou para moradia.

A Rede Despertar é formada pela união de todas as ecovilas do projeto, bem como de comunidades, ecovilas e projetos parceiros. Esta rede tem uma governança horizontal, realizada por um círculo/conselho, que inclui representantes de todas as comunidades integrantes. O conselho discute e planeja a melhor forma de integrar as ecovilas, organizando redes sociais, eventos presenciais, trocas de recursos e intercâmbios. Além disso, desenvolve protocolos de crise para garantir a resiliência coletiva, como por exemplo em eventos climáticos extremos, onde ecovilas da rede podem oferecer suporte e acolhimento mútuo.

O Instituto Saíra tem um papel central em cada ecovila, atuando como um facilitador na integração de membros, gestão de projetos sustentáveis e atração de recursos através de parcerias públicas e privadas, além de doações. Com cotas de governança em cada ecovila, o Instituto é uma peça fundamental para manter a harmonia e o desenvolvimento alinhado aos princípios fundamentais do projeto.

Em nossas ecovilas, adotamos a governança horizontal baseada nos princípios da sociocracia, um sistema que valoriza o consentimento ao invés do consenso ou da votação por maioria. Este método enfoca a busca por um intervalo de tolerância, minimizando a paralisação que pode ocorrer em grupos que buscam consenso total. Por exemplo, similarmente aos processos decisórios de povos originários como nas "tribos Guarani", não buscamos votos pela maioria, mas sim o apoio e o consentimento de todos para uma proposta considerada boa e segura o suficiente para avançar. Isso permite que as decisões respeitem as diferenças individuais enquanto promovem o bem-estar coletivo, evitando impasses comuns em decisões que dependem unicamente de preferências pessoais.

Optamos por um modelo de autofinanciamento para a construção da primeira ecovila, que oferece uma alternativa ao tradicional financiamento do mercado financeiro. Isso permite que o capital gerado beneficie diretamente os integrantes de nossa rede. Ao invés de buscar recursos externos, que frequentemente favorecem grupos financeiros, nosso sistema de cotas viabiliza a participação comunitária. As cotas iniciais são vendidas por R$21.000 e, após a formalização da ecovila, são reajustadas em 60%, alcançando R$33.600. Investidores podem lucrar com esta valorização ou optar pela revenda das cotas através da BioConexão, que administra o processo e retém 10% para despesas. Este modelo de autofinanciamento não só fomenta o envolvimento direto e a valorização do capital, mas também assegura a autonomia e a sustentabilidade financeira do projeto. Além disso, os investidores tem prioridade nas cotas das ecovilas em formação na Rede e também podem transferir suas cotas de investimentos para cotas de governança/moradia em ecovilas a serem formadas.

Espera-se um estilo de vida focado na sustentabilidade, com práticas como agricultura ecológica, bioconstrução e uso de energias renováveis. A vida em ecovila também envolve uma forte componente comunitária e colaborativa, onde decisões são tomadas coletivamente.

As ecovilas promovem sustentabilidade através de práticas como a permacultura, gestão responsável de recursos naturais, reciclagem e compostagem. Elas também investem em educação ambiental e social para membros e visitantes, visando um impacto positivo mais amplo.

A BioConexão poderia ser considerada uma startup no sentido de que aspiramos que ela cresça e se torne um motor robusto para a expansão do projeto de ecovilas. No entanto, ela é apenas uma ferramenta para um propósito. Nossa missão é facilitar a formação de cada comunidade, alinhadas com os princípios fundamentais do projeto e assegurando que se tornem autônomas e operem sob um modelo de governança horizontal. A BioConexão foi criada especificamente para acelerar e dirigir este processo, evitando as paralisias frequentes em estruturas burocráticas mais tradicionais. Estamos empenhados em transformar a BioConexão em uma entidade que faz a gestão do projeto até empoderar cada nova ecovila, promovendo uma independência sustentável e resiliente. Queremos atrair e integrar pessoas que compartilham do compromisso com a expansão deste projeto, pessoas que contribuam ativamente para a formação de uma rede de comunidades sustentáveis e colaborativas. A longo prazo, consideramos a possibilidade de evoluir a BioConexão para uma cooperativa ou para uma estrutura com mais integrantes, o que reforçaria ainda mais nosso compromisso com práticas colaborativas e comunitárias.

O propósito final deste projeto é construir mais do que meras estruturas físicas ou comunidades isoladas; estamos criando as bases para uma transformação fundamental na maneira como a humanidade coexiste. Passo a passo, tijolo ecológico por tijolo ecológico, terra por terra, estamos estabelecendo os alicerces para que as futuras gerações possam experimentar e cultivar uma nova forma de existência. Neste novo paradigma, a competição cede lugar à colaboração, onde todas as formas de vida são respeitadas e valorizadas. Através de cada projeto comunitário, cada iniciativa de sustentabilidade e cada ato de governança compartilhada, visamos ensinar e promover uma cultura que priorize a cooperação sobre o isolamento, a conexão sobre a segregação. Nosso objetivo é que esses esforços coletivos criem ambientes enriquecedores que permitam que todas as pessoas e seres vivos prosperem, assegurando que as futuras gerações tenham a liberdade e os recursos para serem tudo o que podem ser. Este projeto é concebido para um propósito que transcende a existência individual de cada um de nós, buscando uma mudança duradoura e significativa para toda a humanidade.